terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

"Teologia do cão e do gato"


Há uma piada sobre cães e gatos que demonstra bem os diferentes tipos de atitude do ser humano diante de Deus e como a nossa maneira de interpretar as coisas influencia a nossa atitude:

O cachorro diz para o mestre: "Você me dá comida, você me dá carinho, você me dá casa, você me ama. VOCÊ deve ser Deus!"
O gato diz para o mestre: "Você me dá comida, você me dá carinho, você me dá casa, você me ama. EU devo ser Deus!"

Na prática, isso demonstra como podemos ser confrontados com as mesmas verdades, ler o mesmo texto, mas concluir coisas bem diferentes. Na “Teologia do cão e do gato”, especificamente, o que precisamos entender é: quem é o Senhor e quem é o servo?
É certo que podemos esperar pela provisão de Deus e que Ele intervém em nossa história. É certo que devo depender dele. Mas parece que muitos, nos nossos dias, têm raciocinado como o gato e invertido a questão, fazendo de Deus seu servo em vez de se colocarem diante dele com reverência e disposição de servi-lo.
Nos últimos séculos as filosofias que moldaram o pensamento moderno foram se sucedendo, mas mantendo uma característica em comum: o Homem é o centro de tudo e não Deus. Sobre esse alicerce comum, cada corrente de pensamento foi colocando seu tijolo, de forma desconexa e, muitas vezes, contraditória. O alicerce está posto, a parede foi levantada, mas não há estabilidade nem abrigo para ninguém sob este teto.
Não estaria aí uma boa explicação para o paradoxo que vemos hoje na igreja do Brasil? O crescimento é evidente, chama a atenção da mídia; mas não se vê a esperada correspondência na qualidade de vida que nosso povo expressa. Somos tantos, mas temos tão pouca influência. Uma influência, talvez, tão pequena como a que um punhado de gatos pode exercer.